Brasil
Introdução: A constipação intestinal é uma complicação frequente em pacientes críticos com terapia nutricional enteral (TNE) e diversos fatores podem contribuir para sua ocorrência em unidades de terapia intensiva (UTI). Objetivos: Avaliar a incidência de constipação intestinal em pacientes com nutrição enteral internados em uma unidade de terapia intensiva e sua associação com tempo de internação e mortalidade. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, de caráter prospectivo, cuja população foi composta por todos os pacientes adultos (≥ 18 anos) em uso de terapia nutricional enteral exclusiva internados em UTI adulta clínica em um hospital público de urgência. A coleta de dados foi realizada diretamente dos prontuários dos pacientes. Dados demográficos, epidemiológicos e clínicos, além do número de evacuações e consistência das fezes foram registrados a fim de identificar a ocorrência da constipação – definida como a ausência de evacuação por 3 dias – e sua associação com tempo de internação e mortalidade. A análise estatística foi realizada utilizando o programa Epi-info, versão 7. Resultados: A população estudada correspondeu a 102 pacientes admitidos no período do estudo. A média de idade dos pacientes foi de 50,3±17,2 anos, sendo 66,6% do sexo masculino. A incidência de constipação intestinal foi de 50% (n = 51). Não foi encontrada associação entre tempo de internação e mortalidade com a constipação intestinal. Também não houve associação entre o uso de dieta sem fibras com a ocorrência de constipação. Conclusão: A incidência de constipação intestinal nos pacientes em uso de terapia nutricional na unidade avaliada foi elevada. Protocolos com medidas de controle, prevenção e até mesmo tratamento desta intercorrência são de fundamental importância na prática clínica.
Introduction: Intestinal constipation is a frequent complication in critically ill patients with enteral nutritional therapy and several factors may contribute to its occurrence in intensive care units (ICU). Objectives: Evaluate the incidence of intestinal constipation in patients with enteral nutrition admitted to an intensive care unit (ICU) and its association with length of hospital stay and mortality. Methods: This is a cross-sectional, prospective study whose population consisted of all adult patients (≥ 18 years) using exclusive enteral nutritional therapy admitted to an adult clinical ICU in a public emergency hospital. Data collection was done directly from patients’ records. Demographic, epidemiological and clinical data, in addition to the number of bowel movements and stool consistency were recorded in order to identify the occurrence of constipation - defined as absence of evacuation for 3 days - and its association with length of hospital stay and mortality. Statistical analysis was performed using the Epi-info program, version 7. Results: The study population corresponded to 102 patients admitted during the study period. The mean age of the patients was 50.3 ± 17.2 years, and 66.6% were male. The incidence of intestinal constipation was 50% (n = 51). No association was found between length of hospital stay and mortality with intestinal constipation. There was also no association between the use of diet without fibers and the occurrence of constipation. Conclusion: The incidence of intestinal constipation in patients undergoing nutritional therapy in the unit evaluated was high. Protocols with measures of control, prevention and even treatment of this intercurrence are of fundamental importance in clinical practice.