Background: Feeding Difficulties (FD) are a common problem in childhood, and dietary assessments are extremely important to evaluate food consumption and selectivity patterns. In clinical practice, it is often observed that caregivers have an exacerbated perception of the severity of their children’s FD and this may impact on dietary reports. Objectives: To compare the variety of foods consumed by children with FD under maternal perception to the evaluation performed by nutritionist using a food inventory in association with traditional methods. Methods: It is a cross sectional study with 119 motherchildren pairs, with complaints of FD followed at an outpatient service in São Paulo, Brazil. Data collected consisted of demographics, maternal caregiving style, responsibility over feeding the child, perception of children’s feeding diversity (expressed in numbers, taken from a self-explanatory food inventory), presence of organic disease, type of FD, BMI Zscore, and actual repertoire of foods consumed (expressed in numbers, assessed by the nutritionist after evaluating the food inventory). The inventory provided information about the food items the child accepts without rejection, used to accept but now rejects, and completely rejects. Spearman correlation and Lynn’s coefficient of variation, ANOVA and T-student tests were used, with a 5% significance level. Results and discussion: Overall food diversity ranged from 16 (p25%) to 30 (p75%) different types of foods. Maternal perceived food diversity ranged from 4,3 to 14,5 (p25-75). Around 23,7% of children were considered highly selective (less than 15 types of foods) (p=0,000). Maternal perception underestimated that assessed by the nutritionist in 2,2 times, with low reproducibility between these two variables (r=0,14). Both maternal perception and professional assessment did not vary according to age, organic comorbidities, gender, maternal parity, feeding style or responsibility over feeding routines (p>0,49). Findings enhance the importance of parental behavioral interventions and of the use of dietary research methodologies which are complementary to already validated strategies. Conclusions: There was maternal underestimation on the quantity of foods accepted by children with FD. The data reinforce the need for family orientation about the expectations regarding the feeding practices and preferences of their children.
Introdução: As dificuldades alimentares (DA) são um problema comum na infância, e a avaliação dietética é extremamente importante para avaliar o consumo de alimentos e os padrões de seletividade. Na prática clínica, muitas vezes observa- se que os cuidadores têm percepção exacerbada da gravidade da DA de seus filhos, e isso pode afetar os relatos alimentares. Objetivos: comparar a variedade de alimentos consumidos por crianças com DA sob percepção materna à avaliação realizada por nutricionista, usando um inventário de alimentos em associação com métodos tradicionais. Métodos: Estudo transversal com 119 pares de mãe-filho, com queixas de DA atendidos em ambulatório em São Paulo, Brasil. Coletou-se dados demográficos, estilo parental materno, responsabilidade sobre a alimentação da criança, percepção da diversidade de alimentação das crianças (expressa em números, extraída de inventário de alimentos auto-preenchido), presença de doença orgânica, tipo de DA, IMC escorez, e repertório real de alimentos consumidos (expresso em números, avaliado pelo nutricionista depois de avaliar o inventário de alimentos). O inventário forneceu informações sobre alimentos que a criança aceita sem rejeição, costumava aceitar, mas agora rejeita, e rejeita completamente. Utilizouse correlação de Spearman e coeficiente de variação de Lynn, ANOVA e Teste T-student, com nível de significância de 5%. Resultados e discussão: a diversidade geral de alimentos variou de 16 (p25%) a 30 (p75%) tipos de alimentos. A percepção materna variou de 4,3 a 14,5 (p25-75). Cerca de 23,7% das crianças foram consideradas altamente seletivas (menos de 15 tipos de alimentos) (p = 0,000). A percepção materna subestimou a avaliação do nutricionista em 2,2 vezes, com baixa reprodutibilidade entre as duas variáveis (r = 0,14). Tanto a percepção materna como a avaliação profissional não variaram de acordo com a idade, comorbidades orgânicas, gênero, paridade materna, estilo parental ou responsabilidade sobre as rotinas de alimentação (p> 0,49). Os achados reforçam a importância das intervenções comportamentais com os pais e do uso de metodologias de investigação dietética complementares às estratégias já validadas. Conclusões: houve subestimação materna sobre a quantidade de alimentos aceitos por crianças com DA. Os dados reforçam a necessidade de orientação familiar sobre as expectativas quanto às práticas de alimentação e preferências de seus filhos.