Amanda Norberta Marques de Santana, Simone Raposo Miranda, Derberson José do Nascimiento Macêdo, Maria Paula de Souza Paes de Barros
Introdução: Crianças com cardiopatia congênita podem apresentar disfunções orgânicas que influenciam na ingestão e utilização adequada de dois nutrientes e aumentam a demanda metabólica que pode levar ao desequilíbrio energético. Dessa forma, apresentam maior risco nutricional, podendo apresentar dificuldades alimentares com maior frequência desde o início da vida. Objetivos: Identificar a prevalência de dificuldades alimentares (DA) em pacientes pediátricos com cardiopatia congênita e seus fatores associados.
Metodologia: Foi realizado um estudo transversal com 51 crianças de 6 meses a 6 anos de ambos os sexos escolhidas por conveniência com diagnóstico médico de cardiopatia congênita. Foram coletados histórico clínico e social, patologia de base, hábitos alimentares e avaliação nutricional com base no peso, altura, circunferência do braço e circunferência da cintura. A avaliação das ADs foi realizada por meio da Escala Brasileira de Alimentação Infantil.
Resultados : Verificou-se que 15,7% das crianças apresentaram DA, 45% em ambos os países relataram preocupação com a alimentação e 43,1% relataram percepção de crescimento inadequado. Entre as crianças maiores de 12 meses, 48,8% substituíram o leite em 2 ou mais refeições e o uso de espessantes e farináceos não lácteos esteve presente em 33,3%, dois pacientes, sendo esses resultados significativos quanto à presença de DA. A desnutrição foi evidenciada em 17,8% segundo o IMC/I, e o déficit energético em 38,2% segundo a circunferência do braço.
Conclusões: A prevalência de cardiopatia congênita apresentando DA foi menor do que o esperado. Devido à insegurança de dois países, podemos contribuir para o desenvolvimento da AD. Não houve correlação significativa entre a presença de dificuldades alimentares e estado nutricional comprometido em pacientes com malformações cardíacas. O consumo de leite, mucilagens e farináceos está fortemente associado à presença de DA na população estudada.
Background: Children with congenital heart disease may have organic dysfunctions that influence the intake and proper use of nutrients and increased metabolic demand that can lead to energy imbalance. Thus, they have a higher nutritional risk, and may experience eating difficulties more frequently from the beginning of life.
Objectives: To identify the prevalence of eating difficulties (AD) in pediatric patients with congenital heart disease and their associated factors.
Methods: A cross-sectional study was carried out with 51 children aged 6 months to 6 years of both sexes chosen for convenience with a medical diagnosis of congenital heart disease. Clinical and social history, underlying pathology, eating habits, and nutritional assessment were collected based on weight, height, arm circumference, and waist circumference. The assessment of ADs was performed using the Brazilian Infant Feeding Scale.
Results: It was verified that 15.7% of the children had AD, 45% of the parents reported concerns about food and 43.1% reported the perception of inadequate growth. Among children older than 12 months, 48.8% replaced 2 or more meals with milk and the use of thickeners and flours in the offered milk was present for 33.3% of the patients, these results being significant in terms of the presence of AD. Malnutrition was evidenced in 17.8% according to BMI/A, and energy deficit in 38.2% according to arm circumference.
Conclusions: The prevalence of patients with congenital heart disease who had AD was lower than expected. Parental fear and insecurity can contribute to the development of AD. There was no significant correlation between the presence of eating difficulties and compromised nutritional status in patients with cardiac malformations. The consumption of milk, mucilage and farinaceous products are strongly associated with the presence of AD in the studied population.