Aldo Iván Orozco-Galván
Introducción: La anticoncepción forzada y bajo coerción en mujeres es un fenómeno de larga data. Existen diversos mecanismos institucionales para asegurar el respeto a los derechos reproductivos de las mujeres, pero en la práctica, sigue ocurriendo la coerción para el uso de anticonceptivos.
Objetivo: Conocer diversas estrategias utilizadas por el personal de salud, para coaccionar la decisión de algunas mujeres de utilizar métodos quirúrgicos o dispositivos anticonceptivos.
Método: Investigación etnográfica realizada en instituciones de salud de la Ciudad de México y el Estado de Querétaro. Participaron 9 mujeres usuarias de los servicios de planificación familiar y 12 miembros del personal de salud. La recolección de información fue mediante entrevistas semi-estructuradas. Se realizó una matriz analítica de las formas de coerción y categorías emergentes.
Resultados: El personal de salud empleó diversas estrategias para intentar convencer a las mujeres de utilizar anticonceptivos después de la atención del parto. Algunas constituyen formas de coerción, como utilizar momentos de vulnerabilidad emocional para hacerlas firmar formatos de consentimiento informado sin estar informadas, provocar miedo o impedir el egreso hospitalario si no se adopta algún método anticonceptivo.
Discusión: Las estrategias utilizadas por el personal se enmarcan en políticas públicas para la promoción de salud, sin embargo, se aplican sin considerar los deseos y necesidades de las mujeres. Los profesionales en muchos casos no son responsables directos de la coerción hacia ellas, pues deben obedecer mandatos institucionales.
Conclusiones: Las políticas de planificación familiar pueden ser utilizadas como dispositivos biopolíticos para controlar la sexualidad y reproducción de las mujeres.
Introduction: Forced and coerced sterilization of women is a long-standing phenomenon. There are several institutional mechanisms to ensure respect for women's reproductive rights, but in practice, coercion to use contraceptives continues to occur.
Objective: To learn about different strategies used by health personnel in public health institutions in Mexico to coerce some women to use contraceptive methods.
Method: Institutional ethnography carried out in health facilities in Mexico City and the state of Querétaro. 9 women users of family planning services and 12 health personnel participated through semi-structured interviews. An analytic matrix was built with forms of coercion and emerging categories.
Results: Health personnel employ various strategies to try to convince women to use contraceptives, mainly after delivery care. Some strategies constitute forms of coercion, such as using moments of emotional vulnerability to make them sign informed consent forms, misinforming, provoking fear or preventing hospital discharge without the adoption of a contraceptive.
Discussion: The strategies used by the staff are framed in public policies for health promotion, which are applied without considering the wishes and needs of the women. Health personnel in many cases are not directly responsible for coercion towards women, as they must also obey institutional mandates.
Conclusions: Family planning policies can be used as biopolitical devices to control women's sexuality and reproduction.
Introdução: A esterilização forçada e coerciva das mulheres é um fenómeno de longa data. Existem vários mecanismos institucionais para assegurar o respeito pelos direitos reprodutivos das mulheres, mas na prática, a coacção ao uso de contraceptivos continua a ocorrer.
Objectivo: Aprender sobre várias estratégias utilizadas pelo pessoal de saúde em instituições de saúde pública no México para coagir algumas mulheres a usar métodos contraceptivos.
Método: Etnografia institucional realizada em instituições de saúde na Cidade do México e no estado de Querétaro. Participaram 9 mulheres utentes de serviços de planeamento familiar e 12 membros do pessoal de saúde através de entrevistas semi-estruturadas. Uma matriz analítica foi feita com base em formas de coerção e categorias emergentes.
Resultados: O pessoal de saúde emprega várias estratégias para tentar convencer as mulheres a usar contraceptivos, principalmente após o parto. Algumas estratégias constituem formas de coerção, tais como o uso de momentos de vulnerabilidade emocional para fazê-los assinar formulários de consentimento livre e esclarecido, desinformando, provocando medo ou impedindo a alta hospitalar sem contracepção.
Discussão: As estratégias utilizadas pelo pessoal são enquadradas por políticas públicas de promoção da saúde, que são aplicadas sem considerar os desejos e necessidades das mulheres. O pessoal de saúde em muitos casos não é directamente responsável pela coacção em relação às mulheres, uma vez que também devem obedecer a mandatos institucionais.
Conclusões: As políticas de planeamento familiar podem ser utilizadas como dispositivos biopolíticos para controlar a sexualidade e a reprodução das mulheres.