Jordi Gasch Blasi
Na artrite reumatóide, as articulates do pé sao as primeiras a serem afectadas em 17% dos casos. Em 89% dos casos, os sintomas sao localizados no antepé com deformidades, calosidades e dores. Se o tratamento conservador nao atingir os seus objectivos, poderá ser necessário um tratamento cirúrgico.
Apresentamos o caso de um paciente masculino de 48 anos de idade com artrite reumatóide erosiva e agressiva do antepé que necessitou de tratamento cirúrgico devido a deformidade grave e lesóes nos dedos dos pés.
Submeteu-se a urna artrodese da primeira articu^áo metatarsofalángica bilateral e ao alinhamento metatarsofalángico dos dedos dos pés inferiores em duas fases.
A evolu9áo clínica foi boa, mas ao longo do acompanhamento (mais de 15 anos) foi internado no hospital por infectes recorrentes e mobiliza9áo do material de osteossíntese, requerendo tratamento antibiótico e desbridamento.
Na revisáo realizada mais de 15 anos após a primeira opera9áo e 3 anos após a última, o paciente está sem dores e pode levar urna vida normal. O paciente deslocou as articula9Óes interfalangianas do hallux e um rebentamento peroneal por este motivo. Nao há calos plantares. A marcha é indolor, mas tem um défice de fo^a na fase de balado devido a lesóes do velho tendáo de Aquiles. Ele pontua 72/100 na escala AOFAS para o antepé e tem urna satisfa9áo subjectiva de 9/10 com todo o processo, apesar das severas deformidades residuais.
Os pacientes melhoram com a cirurgia mas há recidivas e, portanto, a artrite reumatóide deve ser tratada como urna doen9a progressiva.