Na contemporaneidade, a temática da morte foi paulatinamente excluída do âmbito sócio-cultural e, particularmente, da formação e prática dos profissionais de saúde, especialmente Enfermeiros e Médicos. Nesse contexto, o estudo objetivou identificar as significações desses profissionais sobre a situação na qual, no hospital, se materializa o processo de morrer, ou seja, o óbito hospitalar. Para tanto, segundo a análise do conteúdo do discurso e deste, enquanto prática de produção de sentido, categorizou-se e se interpretou um conjunto de 34 entrevistas semi-estruturadas de Enfermeiros (17) e Médicos (17). Os resultados evidenciaram que: (a) a formação, na graduação, exclui a abordagem dos aspectos psicossociais do óbito, (b) a relação com a família do paciente em óbito é significada como de envolvimento ou distanciamento e (c) a relação com o paciente é significada como de aceitação, defesa ou mobilização afetiva. Espera-se contribuir para a humanização da vivência do óbito hospitalar.
DOI:https://doi.org/10.15253/2175-6783.2006000100007