Brasil
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Os sinais e sintomas (frequentemente não conclusivos) marcam a fronteira da normalidade e anormalidade e início das histórias contadas, suscitando uma crescente dependência de discursos e instâncias biomédicas.
As pequenas narrativas ancoradas ao método etnográfico permitiram aos depoentes refletirem sobre uma cultura preventiva e de cuidados a saúde fragilizadas.
Tensões como o sentido "paguei no particular" e a mobilização de uma rede informal para agilizar o atendimento modelam o acesso e o descrédito quanto ao sistema público.
Ante as narrativas de acesso e aguardo de pessoas com câncer colorretal, interpretou-se a perda do processo de "paciência-resiliência", com deterioração da primeira e aspiração á segunda.
Objetivo: Conhecer o acesso e aguardo pela estomização de pessoas adoecidas por câncer colorretal no nível terciário do Sistema Único de Saúde. Materiais e Métodos: Estudo etnográfico fundamentado na Sociologia da Saúde, com 8 familiares e 14 adoecidos em Centro de Alta Complexidade em Oncologia, Brasil. Os dados foram coletados entre outubro de 2018 a março de 2019, com observação participante e não participante, registro em diário de campo e entrevista semiestruturada. Os depoimentos e notas etnográficas após triangulação foram submetidos a análise indutiva de conteúdo em seis etapas. Resultados: Apreenderam-se “A história do adoecimento entrecortada pelas dificuldades” e “As perdas no processo de paciência-resiliência no percurso”. Discussão: Em busca de validações biomédicas foram reportados três tipos de acesso ao sistema médico, assim como os subsentidos “paguei no particular” e atraso diagnóstico mobilizaram via oficial e não oficial no Sistema Único de Saúde. O capital social foi analisado como premente no adoecimento, uma rede de contatos sem a qual o acesso dos usuários é impactado. No nível terciário enquanto aguardam pela estomização desvelou-se a resiliência não como recurso heroico, mas como recurso pessoal e coletivo diante do percurso dificultoso e da semi-reclusão na instituição total onde vivenciam medos, fadiga e dores. Conclusão:O acesso contou com mobilização relacional e uma gama de vias até a internação com parte do percurso na saúde suplementar, já o aguardo pela estomização mitiga a paciência ao passo que torna a resiliência um recurso benéfico na espera pela programação cirúrgica.
Como citar este artigo: Correa Júnior, Antonio Jorge Silva; Souza, Thaís Cristina Flexa; de Santana, Mary Elizabeth; Sonobe, Helena Megumi; Pimentel, Ingrid Magali de Souza; Carvalho, Jacira Nunes. Acesso e aguardo pela estomização segundo pessoas com câncer colorretal: estudo etnográfico. Revista Cuidarte. 2022;13(3):e1175. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.1175
Introduction: The access of people with colorectal cancer to surgical treatment with stomization implies a difficult itinerary through the network of care, and when accessing the tertiary level in an apprehensive preoperative waiting. Objetive: To know the access and waiting for stomization of people sick with colorectal cancer at the tertiary level of the Brazilian Unified Health System. Materials and Methods:Ethnographic study based on the Sociology of Health, with 8 relatives and 14 patients in a High Complexity Oncology Center, Brazil. Data were collected between October 2018 to March 2019, with participant and non-participant observation, field diary recording, and semi-structured interview. Statements and ethnographic notes after triangulation were subjected to inductive content analysis in six steps. Results:"The history of illness interspersed with difficulties" and "The losses in the process of patience-resilience along the way" were apprehended. Discussion: Three types of access were reported, as well as the sub-meanings "I paid privately" and the diagnostic delay mobilized by official and unofficial means in the Unified Health System. Social capital is pressing, a network without which users' access is impacted. At the tertiary level while waiting for stomization, resilience was unveiled not as a heroic resource, but as a personal and collective resource. Conclusion: The access counted on relational mobilization and a range of paths to hospitalization with part of the journey in supplementary health, while the waiting for stomization mitigates patience making resilience a beneficial resource in the wait for surgical programming.
How to cite this article: Correa Júnior, Antonio Jorge Silva; Souza, Thaís Cristina Flexa; de Santana, Mary Elizabeth; Sonobe, Helena Megumi; Pimentel, Ingrid Magali de Souza; Carvalho, Jacira Nunes. Acesso e aguardo pela estomização segundo pessoas com câncer colorretal: estudo etnográfico. Revista Cuidarte. 2022;13(3):e1175. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.1175
Introducción: El acceso de las personas con cáncer colorrectal al tratamiento quirúrgico con estomización implica un difícil itinerario a través de la red asistencial, y al acceder al nivel terciario en una aprensiva espera preoperatoria. Objetivo: Conocer el acceso y el aguante de las personas afectadas por el cáncer colorrectal en el nivel terciario del Sistema Único de Salud. Materiales y Métodos: Estudio etnográfico basado en la Sociología de la Salud, con 8 familiares y 14 pacientes en Centro Oncológico de Alta Complejidad, Brasil. Los datos se recogieron entre octubre de 2018 y marzo de 2019, con observación participante y no participante, registro de diario de campo y entrevista semiestructurada. Los testimonios y las notas etnográficas, tras la triangulación, se sometieron a un análisis de contenido inductivo en seis etapas. Resultados: Se aprende "La historia del adoctrinamiento entrecortado por las dificultades" y "Las pérdidas en el proceso de pacificación-resiliencia en el curso". Discusión: Se reportaron tres tipos de acceso, así como los subsentidos "pagué en el privado" y el atraso diagnóstico se movilizaron vía oficial y no oficial en el Sistema Único de Salud. El capital social es apremiante, una red de contactos sin la cual el acceso de los usuarios se ve afectado. En el nivel terciario, mientras aguantan por la estomatología, la resistencia se revela no como un recurso heroico, sino como un recurso personal y colectivo. Conclusión: El acceso a la movilización relacional y a una gama de vías hasta la internación con parte del curso en la salud suplementaria, ya que la espera por la estomización mitiga la pacificación haciendo de la resiliencia un recurso benéfico en la espera por el programa quirúrgico.
Como citar este artículo: Correa Júnior, Antonio Jorge Silva; Souza, Thaís Cristina Flexa; de Santana, Mary Elizabeth; Sonobe, Helena Megumi; Pimentel, Ingrid Magali de Souza; Carvalho, Jacira Nunes. Acesso e aguardo pela estomização segundo pessoas com câncer colorretal: estudo etnográfico. Revista Cuidarte. 2022;13(3):e1175. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.1175