Introdução: o Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) possui uma crescente prevalência e elevada morbimortalidade. As condições socioeconômicas podem influenciar os cuidados gerais do paciente e o tratamento medicamentoso. Objetivos: avaliar o perfil clínico e estilo de vida de pacientes com DM2, em atendimento multiprofissional na atenção primária à saúde. Metodologia: estudo transversal realizado à pacientes de baixa renda, inseridos no Programa de Diabetes de uma Unidade de Saúde paranaense através de visitas domiciliares, sendo denominados grupo 1 (em acompanhamento multiprofissional a mais de sete anos) e Grupo 2 (a menos de sete anos). A coleta de dados deu-se por meio de questionário após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa nº 1.617.516 em 2016. O programa Statistical Package for the ocial Sciences foi utilizado para as análises estatísticas descritivas. Resultados: houve prevalência do sexo feminino (74,7%) e idade média de 62,2 anos (± 10,3), com diferença significativa na idade entre os grupos (p=0,001). Entre os fatores comportamentais avaliados, o consumo de bebida alcoólica foi maior no grupo 2 (p=0,009), assim como a prática de atividade física de 7 a 9 vezes na semana (p=0,045). Entre as comorbidades apresentadas estão a hipertensão arterial (82%), dislipidemia (62%) e agravos cardíacos (69,3%, p=0,050). O intervalo entre as consultas regulares e o tempo que ficou sem tratamento medicamentoso após o diagnóstico médico foi significativo entre os grupos (p=0,006 e 0,002 respectivamente). Houve melhor adesão ao tratamento contínuo no grupo 1 (42,6%) em comparação ao grupo 2 (35,4%), repercutindo na maior aderência ao uso de insulina no grupo 1 (p=0,002). Conclusão: Os dois grupos tinham baixa renda e escolaridade, elevados índices de falta de aderência ao tratamento, elevada comorbidades e baixa observância aos hábitos adequados de vida. O grupo de maior tempo de DM2 teve maior janela terapêutica. Apesar de um programa estruturado de acompanhamento, falta melhor adequação das orientações multiprofissionais.
Como citar este artigo: Veloso, Juliana; Souza, Luiz César Guarita; Lima Júnior, Emilton; Ascari, Rosana Amora; Précoma, Dalton Bertolim. Perfil clínico de portadores de Diabetes Mellitus em acompanhamento multiprofissional em saúde. Revista Cuidarte. 2020;11(3):e1059. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.1059
Introduction: Type 2 Diabetes Mellitus (DM2) has an increasing prevalence and rate of morbidity and mortality. Socioeconomic conditions often influence overall patient care and drug treatment. Objective: To assess clinical profiles and lifestyles of patients with DM2 through a multidisciplinary intervention. in primary health care. Materials and Methods: A cross-sectional study was conducted with low-income patients who were part of a Diabetes Prevention Program of a Healthcare Unit in Paraná by means of home care visits. Group 1 has received multidisciplinary home care assistance for more than seven years while Group 2 has received that assistance for less than seven years. The data was collected using a questionnaire approved by the Research Ethics Committee no. 1,617,516 of 2016. The Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) software was used for descriptive statistical analysis. Results: A prevalence of 74.7% in women at an average age of 62.2 years (± 10.3) were observed, showing a significant difference in age between both groups (p=0.001). Among behavioral factors analyzed, alcohol consumption was found to be higher in Group 2 (p=0.009), but physical activity was practiced between seven and nine times per week (p=0.045). Hypertension (82%), dyslipidemia (62%) and heart disease (69.3%, p=0.050) were some of the comorbidities reported. The time interval between general consultation and time without treatment was significant among the groups (p=0.006 and 0.002, respectively). Better adherence to continuous treatment was observed in Group 1 (42.6%) compared to Group 2 (35.4%), which translated into better adherence to insulin in Group 1 (p=0.002). Conclusions: Both groups reported low levels of income, education and healthy lifestyles in contrast to high rates of treatment adherence and comorbidities. The group that received longer DM2 assistance had a larger therapeutic window. Despite having a structured follow-up program, recommendations from the multidisciplinary team need to be improved and adapted.
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Introducción: La diabetes mellitus tipo 2 (DM2) presenta una creciente prevalencia y una tasa elevada de morbilidad y mortalidad. Las condiciones socioeconómicas suelen influir en la atención general a los pacientes y en el tratamiento farmacológico. Objetivo: Evaluar el perfil clínico y el estilo de vida de los pacientes con DM2 a través de una intervención multidisciplinar en la atención primaria de salud. Materiales y Métodos: Se llevó a cabo un estudio transversal en pacientes de bajos ingresos que eran parte del Programa de Diabetes de una Unidad de Servicios de Salud en Paraná a través de visitas domiciliarias. En el Grupo 1 han recibido asistencia multidisciplinar por más de siete años mientras que en el Grupo 2 han recibido esta asistencia por un tiempo menor a siete años. La recolección de datos se realizó a través de un cuestionario aprobado por el Comité de Ética en Investigación nro. 1.617.516 de 2016. Se utilizó el software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) para el análisis estadístico descriptivo. Resultados: Se observó una prevalencia en mujeres del 74,7 % y una edad promedio de 62,2 años (± 10,3), con una diferencia significativa de edad entre los grupos (p=0,001). Entre los factores de comportamiento evaluados, se encontró que el consumo de bebidas alcohólicas fue mayor en el grupo 2 (p=0,009), pero que practicaban alguna actividad física entre siete y nueve veces por semana (p=0,045). Entre las comorbilidades presentadas figuraban la hipertensión (82 %), dislipidemia (62 %) y enfermedades cardíacas (69,3 %, p=0,050). El intervalo transcurrido entre la consulta general y el tiempo sin tratamiento farmacológico tras el diagnóstico médico fue significativo entre los grupos (p=0,006 y 0,002, respectivamente). Se presentó una mejor adherencia al tratamiento continuo en el Grupo 1 (42,6 %) en comparación con el Grupo 2 (35,4 %), lo que se tradujo en una mayor adherencia al uso de insulina en el Grupo 1 (p=0,002). Conclusión: En ambos grupos se presentaron niveles de ingreso, educación y hábitos de vida saludable bajos. en contraste con tasas de adherencia al tratamiento y comorbilidades altas. El grupo que había tenido DM2 por más tiempo tuvo una ventana terapéutica más grande. A pesar de contar con programa de seguimiento estructurado, hace falta mejorar y adaptar las indicaciones del equipo multidisciplinario.
Como citar este artículo: Veloso, Juliana; Souza, Luiz César Guarita; Lima Júnior, Emilton; Ascari, Rosana Amora; Précoma, Dalton Bertolim. Perfil clínico de portadores de Diabetes Mellitus em acompanhamento multiprofissional em saúde. Revista Cuidarte. 2020;11(3):e1059. http://dx.doi.org/10.15649/cuidarte.1059