Argentina
Introducción: un gran porcentaje del personal de salud se ve implicado en algún momento de su vida profesional en un evento adverso. Es decir, el paciente sufre un daño de manera no intencional por parte del equipo de salud y esto no solo afecta al paciente y su entorno, sino también a los profesionales implicados a quienes nos referiremos como “segundas víctimas”. La imposibilidad de la segunda víctima de superar el evento traumático puede acarrear importantes consecuencias en la salud de los profesionales y aumentar las oportunidades de que vuelva a ocurrir un episodio. Objetivo: explorar las perspectivas de instrumentadores quirúrgicos identificados como segundas víctimas. Metodología: se utilizó una metodología cualitativa exploratoria de estudio de casos mediante entrevistas semiestructuradas a instrumentadores quirúrgicos del Hospital Italiano de Buenos Aires identificados como segundas víctimas. Se realizó un análisis de contenido con base en los ejes temáticos de investigaciones previas. Resultados: se entrevistó a tres instrumentadoras que estuvieron involucradas en eventos adversos de diferente gravedad. Explorando los principales ejes temáticos, las participantes refirieron sentimientos de angustia y culpa tras los eventos remarcando la importancia de recibir apoyo tanto del círculo cercano como de la institución para sobreponerse. También señalaron los problemas en la comunicación y la falta de apego a las normas de procedimiento como algunos de los causantes principales de los eventos. Coincidieron en la tendencia de los equipos médicos a ocultar los eventos. Refirieron haber recibido un adecuado apoyo por parte de sus pares en una primera instancia y por parte del Comité de Seguridad del hospital posteriormente, con poca articulación con el área de recursos humanos. Conclusiones: el estudio revela la importancia de la implementación efectiva de las normas de procedimiento y protocolos de seguridad en la prevención de los eventos adversos, así como también el rol fundamental que ocupa la institución sanitaria en la contención de las segundas víctimas luego del incidente.
Background:A large percentage of health personnel are involved at some point in their professional life in an adverse event. In other words, the patient is unintentionally damaged by the health team and this does not only affects the patient and their environment, but also the professionals involved who we will refer to as “second victims”. The inability of the second victim to overcome the traumatic event can have important consequences on the health of professionals, as well as increase the chances that an episode will reoccur. Therefore, our objective was to explore the perspectives of the surgical nurses identified as second victims. Materials and methods: The study used an exploratory qualitative methodology of case study through semi-structured interviews with surgical nurses of the Italian Hospital of Buenos Aires identified as second victims. A content analysis was carried out based on the thematic axes of previous research. Results: Three surgical nurses who were involved in adverse events of varying severity were interviewed. Exploring the main thematic axes, the participants reported feelings of anguish and guilt after the events, stressing the importance of receiving support, both from the nearby circle and from the institution to overcome it. They also pointed to communication problems and lack of adherence to procedural rules as one of the main causes of events. They agreed on the tendency of medical teams to hide events. They reported having received adequate support from their peers at first and from the hospital's security committee later, with little coordination with the human resources area. Conclusions: This exploratory study serves as an initial step for further research in this area. The interviews revealed a diversity of experiences that followed the adverse event that indicate the importance of adequate accompaniment in this vulnerable moment for the health professional.
Introdução: Uma grande porcentagem do pessoal de saúde se vê envolvida em um evento adverso em algum momento de sua vida profissional. Ou seja, o paciente sofre um dano não intencional por parte da equipe de saúde, e isso não afeta apenas o paciente e seu entorno, mas também os profissionais envolvidos, os quais chamaremos de “segundas vítimas”. A incapacidade da segunda vítima de superar o evento traumático pode ocasionar consequências importantes na saúde dos profissionais, assim como aumentar as chances de que um episódio volte a ocorrer. Portanto, nosso objetivo foi explorar as perspectivas dos instrumentadores cirúrgicos identificados como segundas vítimas. Metodologia: O estudo utilizou uma metodologia exploratória qualitativa de estudo de caso mediante entrevistas semiestruturadas a instrumentadores cirúrgicos do Hospital Italiano de Buenos Aires (HIBA), identificados como segunda vítima. Se realizou uma análise de conteúdo em base aos eixos temáticos de investigações anteriores. Resultados: Foram entrevistados três instrumentadores envolvidos em eventos adversos de gravidade variável. Explorando os principais eixos temáticos, os participantes relataram sentimentos de angústia e culpa após os eventos, ressaltando a importância de receber apoio, tanto do círculo próximo quanto da instituição, para superá-lo. Também apontaram os problemas de comunicação e a falta de aderência às normas procedimentais como uma das principais causas dos eventos. Coincidiram na tendência das equipes médicas a ocultar eventos. Relataram ter recebido um apoio adequado de seus colegas em primeira instância e, posteriormente, do comitê de segurança do hospital, com pouca articulação com a área de recursos humanos. Conclusões: Este estudo exploratório brinda as diretrizes iniciais para a subsequente investigação nesta área. As entrevistas revelaram uma diversidade de experiências que acompanharam o evento adverso que indicam a importância de um acompanhamento adequado neste momento vulnerável para o profissional de saúde.