Andressa Maranhão de Arruda, Bruna Lúcia de Mendonça Soares, Patrícia Calado Ferreira Pinheiro Gadelha
Introdução: Crianças são mais vulneráveis a queimaduras devido as habilidades físicas e motoras em desenvolvimento. Na prática clínica são utilizadas equações preditivas para a determinação do gasto energético total. Objetivo: Comparar os requerimentos energéticos obtidos por diferentes equações preditivas em pacientes pediátricos queimados de uma Unidade de Referência em Recife-PE. Métodos: Estudo transversal realizado com pacientes divididos em três grupos: 0 a 5 anos, 5 a 10 anos e 10 a 18 anos, internados de março a outubro/2019 na Unidade de Tratamento de Queimados do Hospital da Restauração Governador Paulo Guerra. Foram coletados dados em prontuário e ficha de avaliação nutricional. As necessidades energéticas foram estimadas utilizando diferentes fórmulas preditivas.
Resultados: Dos 117 pacientes, 53,8% eram do sexo masculino. A mediana de idade e tempo de internamento foi de 2,6 (1,4-6,7) anos e 7 (5,0-10,5) dias, respectivamente. Todos os pacientes apresentaram lesões de 2º grau com mediana de 6% de superfície corporal queimada. No grupo 1, o valor energético obtido por Schofield utilizando fator estresse mínimo e médio, mostrou-se semelhante ao de Davies & Liljedahl e Mayes, respectivamente. No grupo 2, o valor energético obtido por Schofield utilizando os três fatores de estresse foi diferente das demais. No grupo 3, o valor energético obtido por Schofield utilizando fator estresse mínimo, foi semelhante ao de Harris Benedict modificado por Long e Curreri. Discussão: Estudo pioneiro que compara as diferentes fórmulas preditivas com a equação mais recomendada pela literatura. A maioria das equações preditivas estudadas não concordam com a recomendada, talvez por apresentarem apenas o peso corporal como variável comum. Conclusão: A maioria dos valores energéticos obtidos pelas fórmulas foram diferentes entre si, o que pode ser explicado pelos distintos fatores que compõem essas equações.
ntroduction: Children are vulnerable to burns due to thefact that their physical and motor skills are in the process ofdevelopment. In clinical practice, predictive equations areused for the determination of total energy expenditure. Objective: Compare energy requirements obtained fromdifferent predictive equations in pediatric burn patients at areference service of Recife, Brazil.
Methods: A cross-sectional study was conducted withpatients divided into groups (0-5 years, 5-10 years and 10-18 years) hospitalized between March and October 2019 atthe Burn Treatment Unit of the Restauração Hospital. Datawere collected from the patient charts and nutritional as-sessment. Energy requirements were estimated using dif-ferent equations. A p-value <0.05 was considered indicativesignificance. Results: Among the 117 patients, 53.8% were males.Median age and hospital stay were 2.6(1.4-6.7) years andseven (5.0-10.5) days, respectively. All patients had second-degree burns, with a median of 6% of the body surface af-fected. In Group 1, the energy value obtained using Schofield’sformula considering minimum and mean stress factors wassimilar to that obtained using the Davies & Liljedahl and Mayesequations, respectively. In Group 2, the energy value obtainedusing Schofield’s formula with three stress factors differedfrom that of the other equations. In Group 3, the energy valueobtained using Schofield’s factors with a minimum stress fac-tor was similar to that obtained using the Harris-Benedictequation modified by Long and Curreri. Discussion: This is a pioneering study that compared dif-ferent formulas with the most recommended equation in theliterature. The majority of predictive formulas were not inagreement with the most recommended equation, perhapsdue to the fact that body weight is the only common variableamong these equations. Conclusion: Most energy values obtained by the equa-tions differed from each other, which may be explained by thedifferent factors that compose these equations