Daniela Müssnich, Fernanda Scherer Adami, Ioná Carreno, Carmem Neri Fernández Pombo, Simara Rufatto Conde, Marta Lorenzo Carpente, Paola Frassinete de Oliveira Albuquerque Silva, Jacqueline Elineuza da Silva
A hipertensao na gestaÇao e onsiderada um problema de saúde pública e diversos fatores estão envolvidos na sua ocorrência, como os relacionados às condições sociodemográficas, dietéticos e o estado nutricional. Objetivo: Determinar e relacionar o perfil sociodemográfico, clínico e o estado nutricional de gestantes hipertensas com a ingestão dietética. Métodos: Trata-se de uma pesquisa transversal e quantitativa com dados coletados a partir de 96 prontuários de gestantes hipertensas atendidas em um Ambulatório de Gestação de Alto Risco do interior do Rio Grande do Sul, durante o período 2014 a 2016. Foram coletados dados sociodemográfico, clínicos, estado nutricional e consumo dietético, o qual foi avaliado a partir do recordatório alimentar de 24 horas de um dia. A análise estatística dos dados ocorreu através do software Statistical Package for the Social Scienses (SPSS), versão 22.0, considerando nível de significância máximo de 5% (p≤0,05). Resultados: A maioria das gestantes atendidas apresentaram-se com idade entre 30 a 39 anos (47,4%), brancas (86%), ensino médio completo (52,6%), casadas (89,5%), exercendo atividade profissional remunerada (36,9%), iniciou o acompanhamento no segundo trimestre de gestação (56,3%) e com obesidade (87,5%). O carboidrato e o sódio tiveram um consumo significativamente superior e o cálcio e potássio, significativamente inferior ao recomendado, enquanto que proteína e lipídio atenderam à recomendação. Discussão: A faixa etária das gestantes e o consumo de sódio acima do recomendado podem ter contribuído para o diagnóstico de hipertensão gestacional. Enquanto o estado nutricional pré-gestacional de obesidade, que também configura fator de risco gestacional, parece ser resultado do consumo de carboidratos acima do recomendado. Não houve relação entre os valores pressóricos e o consumo de sódio, possivelmente pelo fato de as pacientes já estarem medicadas para tal. Conclusão: A maioria das gestantes apresentavam-se na faixa etária de risco, eram da raça branca, com ensino médio completo, casada ou em união estável, iniciou o acompanhamento nutricional no segundo trimestre de gestação e encontrava-se com diagnóstico de estado nutricional pré-gestacional de obesidade. Não observou-se associação significativa entre a faixa de idade, etnia, estado civil, escolaridade e atividade laboral com o estado nutricional. O consumo de carboidrato e sódio foi significativamente superior, e o de cálcio e potássio significativamente inferior ao recomendado.
Introduction: Hypertension in pregnancy is considered a public health problem and several factors are involved in its occurrence, such as those related to sociodemographic, dietary conditions and nutritional status.Objective: To determine and relate the sociodemographic, clinical profile and nutritional status of hypertensive pregnant women with dietary intake. Methods: This is a cross-sectional and quantitative survey with data collected from 96 charts of hypertensive pregnant women attended at a High Risk Pregnancy Clinic in the interior of Rio Grande do Sul, during the period 2014 to 2016. Sociodemographic data, clinical status, nutritional status, and dietary intake, which were evaluated from the 24-hour food recall. Statistical analysis of the data was performed using the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), version 22.0, considering a maximum significance level of 5% (p≤0.05). Results: Most of the pregnant women attended were aged between 30 and 39 years (47.4%), white (86%), with high school (52.6%), married (89.5%) and paid work activity (36.9%), followed up in the second trimester of gestation (56.3%) and with obesity (87.5%). Carbohydrate and sodium had a significantly higher intake and calcium and potassium, significantly lower than recommended, while protein and lipid met the recommendation. Discussion: The age range of pregnant women and sodium intake above the recommended level may have contributed to the diagnosis of gestational hypertension. While the pre-gestational nutritional status of obesity, which also configures gestational risk factor, appears to be a result of carbohydrate consumption above the recommended level. There was no relationship between blood pressure values and sodium consumption, possibly because the patients were already medicated for this purpose. Conclusion: Most of the pregnant women were in the age range risk, were of the white ethnicity, with full secondary education, married or in a stable union, started the nutritional monitoring in the second trimester of gestation and was diagnosed with pre-nutritional status of obesity. There was no significant association between age, ethnicity, marital status, schooling and work activity with nutritional status. The consumption of carbohydrate and sodium was significantly higher, and calcium and potassium significantly lower than that recommended.