Introdução: A constipação intestinal é uma desordem gastrointestinal multifatorial que acomete grande número de indivíduos. Poucos estudos descreveram sua prevalência considerando critérios mais atualizados. Objetivo: Investigar a prevalência e os fatores associados à constipação intestinal em pacientes atendidos ambulatorialmente. Métodos: Estudo de corte transversal com indivíduos de ambos os sexos e idade ≥20 anos. Foram incluídos 110 pacientes atendidos no ambulatório geral de Nutrição de hospital universitário localizado no Nordeste brasileiro, entre junho e novembro de 2013. Avaliou-se a prevalência de constipação intestinal, segundo os critérios de Roma III e através de autoavaliação. Foram estudadas características socioeconômicas e demográficas, comportamentais, antropométricas e clínicas. Resultados: A prevalência de constipação intestinal foi de 50% de acordo com Roma III e de 40% de acordo com autoavaliação, sendo considerada boa a concordância entre os mesmos (Kappa=0,76). Maiores prevalências de constipação intestinal foram observadas no sexo feminino (p=0,047) e nos indivíduos com obesidade abdominal (p=0,045). Verificou-se maior escore de consumo de carboidratos refinados entre os pacientes com constipação intestinal (p=0,018). Conclusão: A prevalência de constipação intestinal foi elevada e associada ao sexo feminino, à obesidade abdominal e ao consumo de carboidratos refinados. Múltiplos fatores tradicionalmente considerados de risco para a constipação não foram associados a esta condição.
Introduction: Intestinal constipation is a multifactor gastrointestinal disorder that affects many individuals. Few studies have described the prevalence considering most current criteria. Objective: To investigate the prevalence and associated factors with intestinal constipation in hospital outpatients. Methods: A cross-sectional study was conducted in 2013, including 110 outpatients ≥20 years of age from university hospital in brazilian Northeast. It was evaluated the prevalence of intestinal constipation diagnosed by the Rome III criteria and through self-assessment. Socioeconomic and demographic, behavioral, anthropometric and clinical characteristics were studied. Results: Prevalence of intestinal constipation was 50% according by the Rome III criteria and 40% according by self-assessment with a good agreement between them (Kappa=0.76). Higher prevalence of constipation were observed in female gender (p=0.047) and in subjects with abdominal obesity (p=0.045). A higher score of refined carbohydrates consumption was observed in patients with constipation (p=0.018). Conclusion: The prevalence of chronic constipation was high and associated with female gender, abdominal obesity and consumption of refined carbohydrates. Multiple factors traditionally considered at risk for constipation were not associated with this condition.