Fátima Leal Seabra, Manuel J. Costa
Introduction.
Understanding the difficulties in breaking bad news of doctors recently graduated from medical school is important to guide the development of undergraduate education in this area of patient-physician communication.
Aim.
To explore the perceptions of medical graduates at the end of their fi rst year of residency, concerning their present preparation for breaking bad news and the desirable characteristics of eff ective undergraduate medical curricula in this area.
Subjects and methods.
This was a qualitative exploratory study with two focus groups of fi rst year residents (n = and n = 7) of a hospital in Portugal. The focus group sessions were audio-recorded, transcribed and subjected to thematic analysis.
Results.
The residents reported difficulties and insecurity in breaking bad news, even though they considered having good communication skills in general. Their main difficulties were to deal with the emotions and reactions of the physician and patient, such as crying and silence. Previous negative experiences conditioned their security in breaking bad news. The main limitations acknowledged in their undergraduate training in this area, were early and disjointed education in curricula and the lack of practical training.
Conclusion.
The improvement of medical training in breaking bad news should pay attention to the emotional aspects of the process. Undergraduate medical curricula should be designed longitudinally, involving simulation as well as real contexts.
Introdução.
A compreensão das difi culdades dos médicos no processo de comunicação de más notícias, em particular de médicos recém-diplomados, pode contribuir para orientar o desenvolvimento de formação nessa temática.
Objetivo.
Este estudo procurou explorar as perceções de internos recém-licenciados relativamente à sua a preparação para comunicar más notícias e relativamente às características de programas dos curricula de medicina consideradas desejáveis para uma adequada formação.
Sujeitos e métodos.
Realizou-se um estudo exploratório de natureza qualitativa com dois grupos focais (n = 6 n = 7) com internos com menos de um ano de experiência, num hospital em Portugal. As sessões foram gravadas em áudio, transcritas e submetidas a análise temática.
Resultados.
Os internos relataram difi culdades e insegurança na transmissão de más notícias, embora considerassem possuir boas competências de comunicação na generalidade. As suas principais difi culdades consistiam em lidar com as emoções e reações do médico e dos pacientes como o choro e o silêncio. A existência de vivências prévias de experiências negativas condicionava a sua segurança neste processo. Estes apontaram como limitações à sua formação pré-graduada nesta área, o ensino precoce e desarticulado nos curricula e a insufi ciência de formação prática.
Conclusão.
O melhoramento da preparação dos jovens internos na comunicação de más notícias deve cuidar os aspetos emocionais do processo. Estes consideram ser fundamental desenvolver programas longitudinais de formação nos curricula dos cursos de medicina, recorrendo a contextos de treino simulados e reais.