Introdução: Pacientes em tratamento hemodialí- tico apresentam alta taxa de ocorrência de processos inflamatórios e de desnutrição, o que contribui para o mau prognóstico da doença renal crônica.
Objetivo: Verificar a presença de inflamação e desnutrição em pacientes submetidos à hemodiálise numa unidade de terapia renal substitutiva da cidade do Recife, na região Nordeste.
Métodos: O estado nutricional foi avaliado através de indicadores antropométricos, laboratoriais e da Avaliação Subjetiva Global (ASG). A proteína C reativa ultra sensível (PCR) foi utilizada para classificar o perfil inflamatório dos pacientes. Os dados foram analisados no programa SPSS 8.0.
Resultados: Dos 30 pacientes estudados, 56,6% eram homens com média de idade de 53,4 ± 13,3 anos e tempo de hemodiálise em torno de 44,0 ± 32,5 meses.
Segundo a ASG, 15 pacientes (50%) estavam desnutridos e de acordo com os valores de PCR, 23 (76,6%) pacientes apresentaram sinais de inflamação. O grupo dos inflamados apresentou significativamente maior tempo de tratamento hemodialítico, maior eficiência da diálise e níveis séricos mais baixos de creatinina quando comparados ao grupo sem sinais de inflamação. Não foi encontrada diferença estatisticamente significante entre os parâmetros antropométricos e a albumina sérica dos pacientes com ou sem sinal de inflamação.
Conclusão: A desnutrição e inflamação estiveram presentes de forma marcante entre os pacientes renais avaliados. O estado inflamatório não se mostrou suficiente para resultar em alterações bioquímicas e nutricionais nesta população.