Gabriela Ferreira Panza Santos, Saulo Peters Almas, Lara Morra Freitas, Juliana Pinto Kamil, Aline Silva de Aguiar Nemer
Introdução: O Diabetes Melittus (DM) é caracterizado pelo aumento na glicemia, resultante de ausência ou prejuízo na secreção e/ou ação da insulina.
O fator essencial para o controle da glicemia e redução da incidência de complicações no DM é a adesão ao tratamento, não só medicamentoso, mas também ao seguimento do plano alimentar, realização de atividades físicas, monitoramento da glicemia e cuidado com os pés, os quais são práticas de autocuidado que devem estar presentes no cotidiano dos pacientes.
Objetivo: Associar a adesão ao autocuidado dos pacientes diabéticos em tratamento com parâmetros bioquímicos e antropométricos.
Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com 58 pacientes diabéticos tipo 2. Aplicou-se o Questio - nário de Atividades de Autocuidado com o Diabetes (QAD) para avaliar a adesão geral das práticas de autocuidado, incluindo os hábitos alimentares. Anali - saram-se os exames laboratoriais, que foram obtidos dos prontuários dos pacientes, os quais fazem parte da rotina do ambulatório. Realizou-se a avaliação antropométrica, sendo aferidos o peso, estatura, circunferência da cintura (CC) e a circunferência do quadril (CQ).
O estado nutricional foi avaliado pelo Índice de Massa Corporal (IMC - kg/altura²).
Resultados: As mulheres apresentaram maiores valores de IMC, estando classificadas com obesidade.
Homens e mulheres apresentaram valores de hemoglobina glicada (HbA1c) inadequados para o controle do DM. Ao analisar o QAD, o menor valor de adesão foi encontrado para o item �realizar atividade física� (apenas 1,76 dias nos 7 dias anteriores à aplicação do questionário) e o de maior adesão ocorreu no item �tomar medicamentos do diabetes conforme recomendado�, sendo realizado na maioria da semana (6,82 ± 0,97 dias). Houve associação entre as dimensões do QAD com parâmetros bioquímicos (glicemia de jejum e HbA1c) e antropométricos (IMC e CC). A prática de atividade física associou-se inversamente com a CC e IMC e a glicemia de jejum correlacionou-se positivamente com HbA1c e IMC. O odds ratio indicou ser 6,3 vezes mais provável que o paciente tenha HbA1c abaixo de 7% se tiver alta adesão ao cuidado com a alimentação do que se tiver baixa adesão.
Conclusão: A adesão à alimentação é funda - mental para o controle do diabetes, pois pacientes que apresentaram maior adesão possuíram menor valores de HbA1c e apresentam menor probabilidade de obterem valores de HbA1c acima do valor de referência de 7%.