Objetivo: comparar a assistência oferecida pela Atenção Primária à Saúde às pessoas com suspeita e/ou diagnóstico de COVID-19 entre as diferentes regiões brasileiras. Métodos: estudo transversal analítico com amostra por conveniência. A coleta de dados ocorreu por meio de questionário estruturado autorrespondido disponibilizado via e-mail a gerentes de unidades da Atenção Primária. Foi utilizado o modelo de regressão de Poisson com efeito aleatório para estimar as razões de prevalência comparando as variáveis por regiões. Resultados: participaram da pesquisa 1.474 gerentes de serviços da Atenção Primária, sendo 676 (45,9%) da região Sudeste. A realização de vigilância ativa e continuada de pacientes que estão recebendo acompanhamento foi 36% mais prevalente no Norte do que no Sul. A notificação imediata de Síndrome Gripal e de Síndrome Respiratória Aguda Grave foi 13% maior no Sudeste quando comparada ao Sul. Conclusão: fatores estruturais e políticos refletiram na heterogeneidade da resposta da Atenção Primária à pandemia nos diferentes estados e regiões do país. A vigilância ativa foi uma estratégia essencial para o monitoramento e manejo dos casos de COVID-19, evitando encaminhamentos desnecessários a hospitais. Contribuições para a prática: oferecer subsídios para o aprimoramento de políticas públicas na Atenção Primária em cenários de crise sanitária.
Objective: to compare the care offered by Primary Health Care to people with suspected and/or diagnosed COVID-19 among different Brazilian regions. Methods: an analytical cross-sectional study with a convenience sample. Data were collected using a self-administered structured questionnaire made available via e-mail to managers of Primary Health Care units. A Poisson regression model with a random effect was used to estimate the prevalence ratios, comparing the variables by region. Results: 1,474 primary care service managers participated in the survey, of which 676 (45.9%) were from the Southeast region. Active and continuous surveillance of patients receiving follow-up was 36% more prevalent in the North than in the South. Immediate notification of Flu Syndrome and Severe Acute Respiratory Syndrome was 13% higher in the Southeast than in the South. Conclusion: structural and political factors reflected in the heterogeneity of the Primary Care response to the pandemic in the different states and regions of the country. Active surveillance was essential for monitoring and managing COVID-19 cases, avoiding unnecessary hospital referrals. Contributions to practice: to provide subsidies for improving public policies in Primary Care in health crisis scenarios.